Minha definição de meditação

Meditar é como se você tivesse passado sua vida inteira ocupado com números, somas, subtrações e outras operações matemáticas quando, de repente, descobre a satisfação e o sossego que dá poder ficar pensando apenas no algarismo zero. Mesmo que não seja possível fazer isso o tempo todo.

Chegando lá

Todo dia, quando sobra um tempinho, aproveito para ir treinando como meditar. Bem que eu tinha lido que, no começo, é bem difícil. A gente se distrai e começa a pensar em outras coisas, em vez de esvaziar a cabeça e se concentrar apenas na respiração, como reza o protocolo. Já estou gostando do que senti até agora. Eu chego lá.

Só quebrando o pau como os monges!

Nos momentos de crise, como o que estou enfrentando agora, tento buscar alternativas viáveis que promovam mudanças efetivas na minha vida. Aprender a meditar sempre foi uma meta porque creio que possa me ajudar a lidar com uma série de inclinações das quais não gosto em mim. Andei dando uma busca na web sobre cursos e vejam só o que descobri…

Tem uma escola em Copacabana que cobra mil reais pelo curso em 7 sessões. Outro local cobra R$ 3.200 pelo curso em 16 sessões. É isso mesmo?!?!?!?!

Não sei por quê, me lembrei de uma cena que vi, há muitos anos, numa reportagem de televisão. Por causa de uma eleição qualquer, um bando grande de monges, daqueles que usam roupa colorida como o Dalai Lama, atacavam uns aos outros com uns porretes em praça pública, e não eram poucos. Fiquei muito chocada com aquilo e a imagem nunca me saiu da lembrança. Se os monges também têm esse limite da animalidade, apesar de toda a base espiritual, o que será de nós? É nosso destino virar uma horda de assassinos? Eu preferia aprender a meditar. Mas, com esses precinhos, tá difícil.

Confesso que não sei

O Globo de domingo passado trouxe uma interessante entrevista com uma pesquisadora de São Paulo em que ela enaltecia os benefícios da prática da meditação. Tenho certeza de que meditar faz bem para qualquer pessoa e só não pode ajudar os outros animais porque seria meio difícil induzí-los ao fluxo, creio eu. No entanto, não estou muito certa de saber o que é, de verdade, a meditação. Ora penso que é o processo de esvaziar por completo a mente, ora que é justamente o oposto: conseguir uma concentração total e absoluta, ainda que no vazio. É isso mesmo?

Sinto que ainda não li o suficiente sobre o tema, que se aprendesse a meditar ganharia mais alguns anos de vida, ou mais qualidade de vida nos anos que ainda tenho, ou pelo menos não aumentaria a minha já vasta quantidade de cabelos brancos. Mas tudo isso é especulação. De qualquer forma, acho que todos, sem exceção, recebemos ao longo do dia estímulos demais, que mais servem para nos confundir do que para nos informar, e que misturamos tudo continuamente, num turbilhão confuso de sentimentos e ideias, de forma que nosso cérebro não descansa nem enquanto estamos dormindo. Não admira que tomemos tantas decisões erradas, sejamos encurralados com frequência em mal-entendidos e tenhamos uma permanente dificuldade em nos sentirmos realmente bem. Meu velho pai sempre dizia que é a cabeça quem comanda tudo. Ele tinha razão. O problema é que ela não escuta ninguém e eu continuo procurando o botão de standby, o botão de hibernar, o modo de descanso ou seja lá que nome esse raio tenha.