Confesso que não sei

O Globo de domingo passado trouxe uma interessante entrevista com uma pesquisadora de São Paulo em que ela enaltecia os benefícios da prática da meditação. Tenho certeza de que meditar faz bem para qualquer pessoa e só não pode ajudar os outros animais porque seria meio difícil induzí-los ao fluxo, creio eu. No entanto, não estou muito certa de saber o que é, de verdade, a meditação. Ora penso que é o processo de esvaziar por completo a mente, ora que é justamente o oposto: conseguir uma concentração total e absoluta, ainda que no vazio. É isso mesmo?

Sinto que ainda não li o suficiente sobre o tema, que se aprendesse a meditar ganharia mais alguns anos de vida, ou mais qualidade de vida nos anos que ainda tenho, ou pelo menos não aumentaria a minha já vasta quantidade de cabelos brancos. Mas tudo isso é especulação. De qualquer forma, acho que todos, sem exceção, recebemos ao longo do dia estímulos demais, que mais servem para nos confundir do que para nos informar, e que misturamos tudo continuamente, num turbilhão confuso de sentimentos e ideias, de forma que nosso cérebro não descansa nem enquanto estamos dormindo. Não admira que tomemos tantas decisões erradas, sejamos encurralados com frequência em mal-entendidos e tenhamos uma permanente dificuldade em nos sentirmos realmente bem. Meu velho pai sempre dizia que é a cabeça quem comanda tudo. Ele tinha razão. O problema é que ela não escuta ninguém e eu continuo procurando o botão de standby, o botão de hibernar, o modo de descanso ou seja lá que nome esse raio tenha.