Vale ver novo filme de Al Pacino

Não olhe para trás. A boa recomendação é também o nome em português do novo filme de Al Pacino, dirigido por Dan Fogelman. Apesar de apresentar temas pesados – os abusos sofridos e os promovidos pelos astros da música, câncer, pai que abandona filho… – é tratado com tanta leveza e otimismo que se torna uma aula de como “dar a volta por cima” diante dos obstáculos que, de uma forma ou de outra, todo mundo precisa encarar.

Já dei detalhes demais e não quero estragar o deleite de quem for assistir. Mas pode ter certeza de que você vai ver um filme bonito sobre amizade, sensibilidade, vontade de viver, ternura. E com a trilha sonora cheia de canções bacanas do John Lennon. A história é baseada em fatos reais. Ela contribui bastante para mostrar o ponto de vista do artista diante da vontade do seu público, que pode ser bem dramática.

O protagonista queria se reciclar, mostrar novas canções, mas o público queria sempre ouvir mais do mesmo, como no caso que recentemente abriu uma crise entre Ed Motta e o público brasileiro. Mas eu até que entendo o lado deles. Dinheiro não paga tudo e isso significa dizer que não é porque a gente compra os discos, vai aos shows, que passa a ter direito de determinar o que o sujeito vai cantar naquele dia. Ser fã está bem longe de ter a posse do trabalho intelectual e, mais ainda, emocional do seu ídolo. Portanto, é abusivo, sim, chegar num show e ficar berrando o nome da música que você quer ouvir. Assim como era abusivo o que faziam com o Renato Aragão, nos aeroportos da vida: faz uma palhaçada aí pro meu filho, diziam os pais das crianças. Quanta falta de respeito!