Mais sobre a pandemia

Sem dúvida estamos tendo uma verdadeira revolução no que diz respeito ao uso do tempo. Uma ótima piada diz que, se antes sonhávamos em fazer trabalho remoto de casa, hoje descobrimos que, na verdade, apenas passamos a dormir no emprego, tamanha a desproporção das horas investidas entre uma e outra coisa. Sim, empresas estão abusando, e todo o aparato tecnológico se presta a colaborar com essa apropriação, porque nos deixa acessíveis e, portanto, disponíveis…

Por outro lado, quem pode trabalhar de casa também descobre que é bacana não perder tempo para se deslocar. E quem não tem necessariamente um chefe pode se descobrir até com tempo sobrando. Mas, o que fazer com ele? Nem todo mundo consegue pensar em alguma atividade produtiva. Eu arriscaria dizer que esse é o motivo que fez disparar o número de assinaturas de canais de streaming no período da pandemia.

Tempo pode ser um aliado ou um inimigo. Depende do uso que você faz dele. E quem não sabe o que fazer corre o risco de ficar deprimido, até porque já está isolado. Ou, pior, acompanhado por gente de quem não gostaria.

Minha experiência particular tem sido agradável, na medida que passei a imprimir meu próprio ritmo naquilo que faço. Minhas aulas têm horário marcado, tento deixar um intervalo salutar entre uma e outra e não sobrecarregar nenhum dia da semana, já que trabalho de segunda a sábado. Esse meu ritmo é mais lento, o que tem me deixado mais serena e, por isso mesmo, mais feliz.