Belo retrato da condição humana

Baz Luhrmann fez sua versão de O Grande Gatsby bem parecida com sua versão de Moulin Rouge. Nos dois casos, um narrador nos conta uma história triste e, no meio do enredo, vemos imagens da multidão festejando como se fosse o último dia da vida. Seria coincidência ou estaremos diante da visão do autor do que anda se passando no mundo? De qualquer forma, além da atuação magnífica dos atores, O Grande Gatsby tem vários méritos. Como o de fazer você ter vontade de ler o livro de Scott Fitzgerald.

Eu não vi na tela uma história de amor, como se poderia pensar pelas imagens do trailler. Vi uma história de amizade entre o narrador e o protagonista. Imaginei que o narrador possa ter sido, em parte, o próprio escritor, em algum momento da vida. Gritante é o seu desprezo pela mesquinhez humana, pela falta de nobreza dos sentimentos, pela forma como os interesses pessoais, inclusive de gente considerada respeitável, destroem despudoradamente a vida alheia. Mais atual, impossível.